6.8.10
ao que sempre continua...
Depois de um julho imenso retomamos o estar juntos. Tenho refletido sobre a INSISTÊNCIA e sobre o ESTAR num espaço. Ficar e ficar e ficar. Continuar. Estar num bairro, num lugar da cidade, no meu próprio corpo, estar com as crianças, elas estarem comigo no meio de tantas intermitências e descontinuidades que atravessam nosso trabalho. Como criar a continuidade no que por vezes se desfaz? Como tecer um fio através dos diferentes movimentos que surgem de mim, neles, no espaço?
Essas questões me parecem falar um pouco da natureza deste trabalho que começou sem nome, sem uma proposta exata. três meses passados estão em mim os percursos pela Vila Itororó, algumas sensações corporais de quando adentrávamos espaços desconhecidos, e sobretudo a dureza do centro da cidade. Sinto uma urgência de encontrar mais corpo no estar na cidade, de não me encolher diante das faltas, mas sim insistir, escutar, estar lá, eu, as crianças e quem mais se dispuser a adentrar as ruas do Bela Vista.
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