13.8.10

movimentos da semana

Essa semana 2 movimentos estão claros: um relaciona-se a mudança do grupo de crianças. Permanecem Cleison e Dalila (que estão no trabalho desde o início) e entram mais 8 crianças. O grupo está heterogêneo e mais forte. Nosso primeiro encontro, que aconteceu na quarta dia 11 de agosto, começou com trabalho de corpo durante 45 minutos. Daí em diante deixei que os desdobramentos acontecessem. Passamos por vários processos e aqui destaco: Francisco dança todas as palavras que são ditas. As outras crianças estranham tamanha movimentação, querem que o corpo dele sossegue. Para Francisco! Você vai sair do projeto! (ameaçam). Eu, atenta aos movimento dele, logo percebo a conexão entre o que estamos falando (inventando uma história a partir de uma saída a rua) e o que ele está trazendo no corpo. Perfeito!, penso eu. Agora é trabalhar com o grupo um outro registro de corpo, diferente do registro tão insistente na educação (e na vida) que é o do controle corporal. Irmos experimentando as possibilidades de expressão e movimento, de corpo que ao perceber palavras, espaço, cheiros, se move. Também interessante a discussão/reflexão que emergiu das crianças sobre a diferença entre "real" e "inventado". Falavam da diferença entre a narrativa de Cleison sobre uma casa do bairro com porta cheia de sangue e a de Dalila para a mesma casa: uma porta com uma cruz e tinta vermelha escorrendo. Conversas a fio chegaram no INVENTAR como possibilidade de tornar qualquer história mais interessante. OBSERVAR e INVENTAR foram conceitos trabalhados nesse nosso encontro. O segundo movimento desta semana, que começa a se concretizar é o "estar na rua" (no Bela Vista) sem as crianças. Vivenciar a proposta que permeia o trabalho com as crianças, mas também sem elas. Como meu corpo se disponibiliza para estar? como percebe e se relaciona com o espaço da rua? Muito importante ( e alegre para mim ) a chegada de Di Ganzá (músico erudito e brincante) e de Michele (cantora, mãe e atriz) no trabalho. A partir de terça estaremos juntos a "ruar" como diz Sofia Neuparth.

Um comentário:

  1. Oi, Amaranta... que lindo seu trabalho! Amei!!
    Estou agora muito a fim de desassossegar meu corpinho nesse movimento que anda por aí...

    Grande Beijo!
    JANE CAROLLO

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